terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eleições 2012 - Resultado


Manhã

Turma 201 -> 303
Vereador
Gabriel – 6
Marlon – 3
Alison – 2
Bruna V. - 2
Tainara – 2
Tatiane – 1
Ângela – 1
Lucas – 1
Cairo – 1
Prefeito
Max - 19

Turma 202 -> 302
Vereador
Fernanda Schilling – 6
Fabrício – 4
Ísis – 4
Júlia – 3
Fernanda Sander – 1
Francieli – 1
Prefeito
Dan Léo - 8
Wesley – 7
Pablo – 4

Turma 203-> 301
Vereador
Marta – 8
Israel – 4
Jean – 4
Juliana – 3
Pâmela – 3
Bruno – 2
Eduarda – 2
Gabrielle – 1
Prefeito
Renelson – 13
Cosme – 11
Natália - 3
  
Turma 301-> 203
Vereador
Valquíria – 8
Sara – 5
Diogo – 3
Luane (Scalcon) – 2
Bruna (Pivika) - 1
Prefeito
Bruno – 14
Lucas – 4
Micaela - 1
  
Turma 302-> 202
Vereador
Matheus – 9
Cauan – 4
Júlio – 4
Gabriela – 2
Jeisiele – 1
Jussiê - 1
Prefeito
Vinícius – 11
Lessandra – 7
Natália – 3
Thuane - 2

Turma 303-> 201
Vereador
Andressa – 3
Daiane – 2
Simone – 2
Amanda – 1
Gabriel Bortoli – 1
Prefeito
Adriene – 7
Andriele – 1
Carol - 1


Noite

Turma 205 -> 307
Vereador
Denian – 4
Ediana – 3
Ericson – 3
Adriana – 2
Bruna Schneider – 2
Janine – 2
Tainá – 2
Bruna Schenkel – 1
Jéssica Campos – 1
Prefeito
Jonathan – 10
Tarso – 5
Cassiana – 3
Wagner – 2

Turma 206 -> 305
Vereador
Bruno H. – 10
Diego – 6
Marlon – 3
Bruno B. – 1
Éverton – 1
Prefeito
Gilberto – 8
Pedro – 8
Rúbia – 4
Dieny – 1

Turma 207-> 306
Vereador
Déliti – 5
Ismael – 5
Pedro – 3
Adriel – 1
Fernando – 1
Mateus – 1
William E. – 1
William M. – 1
Prefeito
Maicon – 16
Cristian – 2
  
Turma 305-> 206
Vereador
Douglas – 8
Maicon – 6
Géssica – 3
Queiti – 2
Prefeito
Tayná – 19
Sérgio – 1

Turma 306-> 207
Vereador
Karoline – 9
Roberta – 6
Taís – 6
Éverton – 2
Brenda – 1
Cristiane – 1
Fabíola – 1
Prefeito
Taiomara – 12
Criselle – 10
Rosiane – 4

Turma 307-> 205
Vereador
William – 6
Gisele – 5
Lucas - 1
Prefeito
Tatiane – 7
Andressa – 2
Diene – 2

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

40.000 Acessos do Blog

Neste mês de novembro, o blog atingiu a marca de 40.000 acessos. Obrigado a todos que vem aqui em busca de informação. É gratificante saber que o blog está em contínuo crescimento.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

The Rolling Stones - Doom and Gloom

Os velhinhos do rock'n'roll continuam com todo o pique. Ao comemorar os 50 anos, a banda lança o excelente clipe de Doom and Gloom, com a participação da atriz Noomi Rapace, do filme Prometheus. A música apresenta diversas críticas ao mundo e estilo de vida atuais.


Doom and Gloom
I had a dream last night
That I was piloting a plane
And all the passengers were drunk and insane
I crash landed in a Louisiana swamp
Shot up a horde of zombies
But I come out on top
What's it all about?
Does it just reflect my mood?

Sitting in the dirt
Feeling kind of hurt
All I hear is doom and gloom
And all is darkness in my room
Through the light your face I see
Baby take a chance
Baby won't you dance with me

Lost all that treasure in an overseas war
It just goes to show you don't get what you paid for
Battle to the rich and you worry about the poor
Put my feet up on the couch
And lock all the doors
Hear a funky noise
That's the tightening of the screws

I'm feeling kind of hurt
Sitting in the dirt
All I hear is doom and gloom
But when those drums go boom boom boom
Through the night your face I see
Baby take a chance
Baby won't you dance with me
Yeah
Baby won't you dance with me
Oh yeah

Fracking deep for oil
But there's nothing in the sump
The kids are picking
At the garbage dump
I'm running out of water
So I better prime the pump
I'm trying to stay sober
But I end up drunk

We'll be eating dirt
Living on the side of the road
There's some food for thought
Kind of makes your head explode
Feeling kind of hurt
Yeah

But all I hear is doom and gloom
And all is darkness in my room
Through the night your face I see
Baby come on
Baby won't you dance with me
Yeah
Yeah
Baby won't you dance with me
I'm feeling kind of hurt
Baby won't you dance with me
Yeah
Come on
Dance with me
I'm sitting in the dirt
Baby won't you dance with me!!!
Destruição e trevas
Tive um sonho na noite passada
Eu estava pilotando um avião
E todos os passageiros estavam bêbados e insanos
Caí em um pântano na Luisiana
Atirei em uma horda de zumbis
Mas saí vitorioso
Qual o sentido disso?
Será que isso apenas reflete o meu humor?

Sentado na sujeira
Sentindo-me meio magoado
Tudo que eu ouço é destruição e trevas
E tudo é escuridão no meu quarto
Com a luz o seu rosto eu vejo
Baby, arrisque
Baby, você não vai dançar comigo?

Perdi tudo que valorizo em uma guerra em outro país
Isso só mostra que você não recebe pelo que paga
Que você luta pelos ricos e se preocupa com os pobres
Ponhos meus pés para cima no sofá
E tranco todas as portas
Ouço um ruído legal
São os parafusos sendo apertados

Estou me sentindo meio magoado
Sentado na sujeira
Tudo que eu ouço é destruição e trevas
Mas quando aqueles tambores fazem bum, bum bum
Pela noite o seu rosto eu vejo
Baby, arrisque
Baby, você não vai dançar comigo?
Sim
Baby você não vai dançar comigo?
Oh, sim

Perfurando fundo por petróleo
Mas não há nada na fossa
As crianças estão catando coisas
Nos depósitos de lixo
Estou ficando sem água
Então é melhor eu aperfeiçoar a bomba
Estou tentando ficar sóbrio
Mas acabo bêbado

Nós comeremos lixo
Vivendo na beira da estrada
Há algum estímulo aos pensamentos
Meio que faz sua cabeça explodir
Sentindo-me meio magoado
Sim

Mas tudo que eu ouço é destruição e trevas
E tudo é escuridão no meu quarto
Pela luz a sua face eu vejo
Baby, arrisque
Baby, você não vai dançar comigo?
Sim
Sim
Baby, você não vai dançar comigo?
Estou me sentindo meio magoado
Baby, você não vai dançar comigo?
Sim
Vamos lá
Dance comigo
Estou sentado na sujeira
Baby, você não vai dançar comigo


Link: http://www.vagalume.com.br/the-rolling-stones/doom-and-gloom-traducao.html#ixzz2Cx86kkC7

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

domingo, 11 de novembro de 2012

Professor de Sociologia da Faculdade do Michigan cria curso de preparação para apocalipse zumbi


Um professor da Faculdade Estadual do Michigan decidiu criar um curso online extra curricular para seus alunos: Sobrevivência ao Apocalipse Zumbi - Catástrofes e Comportamentos Humanos. 

Parece que o curso começa em maio e tem duração de 7 semanas, para divulgar melhor chegou a colocar um vídeo promocional no youtube, afirmando: " Em momentos de catástrofes algumas pessoas encontram sua humanidade, outras a perdem..."

O cara deu uma entrevista a NBC, dizendo que pretende usar a metáfora dos zumbis para lecionar sociologia, demonstrando como as pessoas se comportam em tempos de crise, assim como o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA fez no ano passado, quando publicou um HQ com a temática zumbi para ensinar as pessoas como lidar com situações de emergência.

Vídeo promo da aula:

Canal do curso no Youtube:

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Super-Heróis da vida real



Vestir uma fantasia e sair por aí combatendo o crime. É o sonho de infância de muitas pessoas, incluindo  a minha. Para a maioria, é algo totalmente ridículo, mas para quem cresceu lendo Histórias em Quadrinhos ou vendo seriados de tv e desenhos animados sobre super-heróis, a ideia de levar uma vida mais emocionante, como um vigilante combatente do crime, chega a ser muito interessante.  Ao menos viver em um mundo onde os super-heróis existam já seria o suficiente para essas pessoas. 
      
Os vigilantes mascarados retratados na ficção são símbolos de justiça, ética e, acima de tudo, esperança. Como nerd que sou, imagino que o mundo insosso no qual vivemos, repleto de corrupção e injustiças, seria muito mais interessante de se viver com a presença de pessoas motivadas a combater o mal ativamente, independente de leis ou regras formuladas muitas vezes por aqueles que às infringem.
        
Pois é, para a surpresa de muitos, inclusive a minha, eles existem. No melhor estilo Kick-Ass e Watchmen, os heróis fantasiados existem no mundo real. E eles estão espalhados em vários lugares do mundo, principalmente nos Estados Unidos e na Inglaterra.

O que é preciso para ser um super herói da vida real? Segundo o site Worldsuperheroregistry.com , é uma pessoa que pratica boas ações ou combate o crime enquanto está fantasiado como um super-herói. Eles existem de verdade e tem perfis em redes sociais e sites de relacionamento, mas por que é que alguém ia se meter em uma fantasia e se chamar de “super herói da vida real”? Segundo eles, são vários os motivos. Cada um tem o seu, mas a maior parte deles quer inspirar outras pessoas a fazerem o que eles fazem – não necessariamente com máscara – quer divulgar uma ideia ou atitude que considera correta ou acha que este é um meio mais divertido de fazer serviços sociais.
        
Claro que existem algumas limitações, mas a ideia é legal. As crianças tendem a prestar mais atenção numa pessoa fantasiada de super herói do que em um ser humano normal. 
        
E quem pode ser um super herói na vida real? Na verdade, qualquer pessoa pode ser. É preciso, porém, atentar para alguns detalhes – você tem que ser um super herói com atividades heroicas documentadas e não pode revelar sua identidade de jeito nenhum.

Conheça alguns dos super-heróis da vida real.

Phoenix Jones


Phoenix Jones patrulha as ruas de Seattle, nos EUA, com o objetivo de ajudar a combater o crime. Além dele, mais nove heróis mascarados já foram identificados pela polícia da cidade. Muitos são parados por cidadãos que pedem autógrafos, mas Phoenix Jones diz que não é isso que o motiva.

Phoenix tem até um esconderijo. Dentro de uma loja de quadrinhos, ele tira as roupas de civil comum, veste um uniforme à prova de balas, pega a arma de eletrochoques e gás lacrimogênio, e sai patrulhando as ruas da cidade para evitar que crimes aconteçam. 
Recentemente, o herói esteve envolvido em uma confusão, e acabou preso. Ele compareceu de máscara na audiência no tribunal e foi obrigado a revelar sua identidade secreta. Seu nome verdadeiro é Ben Fodor. Ele também é conhecido por ser lutador de MMA (artes marciais mistas).



Statesman



Statesman patrulha as ruas de Birmingham, na Inglaterra. O herói é um executivo de banco que decidiu ajudar a combater o crime na cidade inglesa. Ele afirma que tenta equilibrar a impopularidade de seu trabalho durante o dia salvando pessoas à noite, segundo a agência "Barcroft Media" e se vangloria de ter ajudado a prender um traficante e a frustrar um assalto. Para exercer suas atividades secretas durante a noite, o "super-herói" diz para amigos e familiares que tem jogos de pôquer quatro vezes por semana.

Flecha Negra


  
Depois do surgimento de statesman, o jornal inglês "The Sun" descobriu, pelo menos, 16 "heróis" da vida real na Inglaterra. O grupo conta, inclusive, com uma mulher, a "Flecha Negra", que se dedica a salvar animais de estimação de abusos. Ela esconde sua identidade com uma máscara.



Entomo



Este é Entomo, ele é de Nápoles na Itália e é detetive, combatente do crime, ativista e ambientalista. Diz ter empatia paranormal com todos os insetos


Ghost


Ghost é um super herói de Salt Lake City, nos EUA e ele faz parte do Black Monday Society. Para ele, não importa se as pessoas riem deles - o que importa é que eles estão nas ruas, fazendo justiça.




Amazonia



Amazonia é de Nova York, mas age na Flórida, ao lado das Vixens Of Valour e combate a agressão de idosos.



Menganno 



Com um escudo e um visual parecidos com o do Capitão América, Menganno vem patrulhando de moto as ruas da parte leste da cidade de Lanús, na Grande Buenos Aires, há mais um ano e dando conselhos de cidadania. 




Black Monday Society



Oni, Ghost e seus amigos da Black Monday Society faz patrulhas em Salt Lake City


Death´s Head Moth



Death´s Head Moth é uma figura bem conhecida na Comunidade do super-herói da vida real. Ele combate o crime e ajuda os desfavorecidos.   Ele às vezes atua com outras equipes de Super-heróis e é um membro ativo do grupo Great Lakes Heroes.


Insignis



Insignis patrulha as ruas de Salt Lake City com outros membros do grupo de super-heróis The Black Monday Society.


Raposa de fogo



Raposa de fogo patrulha as ruas de Michigan e diz que a atual apatia da humanidade é um sinal de como as pessoas estão perdidas. 



THANATOS (The Dark avenger)



Thanatos é um herói bastante conhecido em sua cidade, Vancouver, e fornece ajuda aos desabrigados da cidade. 


Motor Mouth



Motor Mouth patrulha a área da baía de São Francisco e outras regiões da California, ajudando aqueles que precisam e combatendo o crime. 



Nostrum



Nostrum patrulha as ruas de Louisiana.

www.myspace.com/114705618                                 


Oni



Oni patrulha as ruas de Salt Lake City com outros membros  do grupo Black Monday Society.



The Eye




The Eye patrulha as ruas de Mountain View, California. Um combatente do crime que utiliza vários meios eletrônicos.



NYX



NYX patrulha as ruas do Kansas, mas em breve se mudará para Nova York.

“Eu sou NYX, mascarada protetora da noite”...


Geist



Geist, quer significa “Espírito” em alemão, ajuda os desabrigados  e outros necessitados e patrulha as ruas de Rochester, Minnesota. 




Escorpião Verde



Escorpião verde patrulha as ruas do Arizona e Novo México.
“Estou aqui para mascar chiclete e chutar traseiros”. 



Dreizehn



Dreizehn é bem conhecida na comunidade de heróis da vida real. Ela trabalha para manter as ruas do Texas seguras para os inocentes. 


SuperHero



SuperHero tem vários treinamentos na Marinha dos EUA, Academia de polícia, além de ser lutador de boxe. É um super-herói da vida real cujas ações foram sancionadas pela polícia de Clearwater. Além de ajudar a polícia na cidade, atua nas estradas, onde já salvou a vida de várias vítimas de acidente de carro.


Life




Life é um dos organizadores da comunidade de Super-heróis da vida real e fundador do grupo Superheroes Anonymous.

“Eu sou Life: um super-herói que luta por justiça, paz e faço o meu melhor para consertar o nosso mundo”.


Capitão Ozônio



Capitão Ozônio é um ativista que luta protestando a favor de causas ambientais. É bem conhecido na comunidade de super-heróis da vida real. 


Citizen Prime



Cirizen Prime patrulha as ruas do Arizona e trabalha para promover a cidadania e inspirar o público.



Doutor Discórdia



Doutor Discórdia atua nas ruas de Indianapolis.        



terça-feira, 16 de outubro de 2012

The Walking Dead e a Sociologia

A série americana que bateu todos os recordes de audiência da TV a cabo na terra do Tio Sam, The Walking Dead, uma adaptação cinematográfica das histórias em quadrinhos de Robert Kirkman vem conquistando fãs brasileiros e traz alguns elementos interessantes para discutirmos a representação da vida pós-apocalíptica.  Para quem nunca assistiu, o enredo principal é o seguinte: o protagonista (xerife de uma pequena cidade) acorda de um coma e se depara com o hospital e a cidade vazia. Ele descobre que um surto – sabe-se lá do quê –infectou quase toda a população e as pessoas que morreram viraram zumbis, restando apenas poucos sobreviventes agora. Sem energia e sem telecomunicações o mundo vira um caos e qualquer barulho pode atrair uma população de zumbis que arrancam suas tripas a luz do dia. Em um dos episódios ele consegue encontrar sua família (mulher e filho) que estão junto de um grupo de pessoas buscando o apoio mútuo como fator de sobrevivência.

Os sobreviventes habitam agora o cenário depois do apocalipse, e que parece bem pior do que o juízo final cristão. Aliás, tal lugar é a inversão dos sonhos revolucionários. O “novo” é bem pior do que o antigo. A Nova Jerusalém dos cristãos (ou o comunismo) passa mais próxima da descrição do Inferno de Dante. Mas nem tudo mudou. A sociedade ainda tem classes. E são duas: os vivos e os mortos-vivos. Os vivos são a minoria nada privilegiada agora, mas a guerra (a luta de classes) continua.

A rediscussão dos valores “humanos” é significativamente enfatizada na série. Num mundo assim (como o nosso?) ser “bonzinho” pode representar a morte. Esse aspecto é bem trabalhado quandoum avarento recusa comida a recentes (des)conhecidos e, também, quando o fazendeiro reluta em abrigar o grupo em sua casa. Esse mesmo fazendeiro é também um veterinário metido a médico que acredita que os membros de sua família que viraram zumbis não morreram, mas só ficaram doentes, por isso ele “guarda” dentro do celeiro seus familiares “doentes” e outros zumbis que entram em sua fazenda. O ponto de vista dele nos põe a pensar melhor sobre a possibilidade de salvar aquelas pessoas antes de liquidá-las de vez com um tiro na cabeça e ressalta também nosso apego ao corpóreo. É interessante porque os espectadores da série não aceitam tamanha “burrice” (altruísmo?) do médico-veterinário. A maioria dos personagens da série pensa igual. Mas existe um senhor no grupo que questiona se os vivos já não perderam sua humanidade há muito tempo e se não ficaram tão cruéis quanto os zumbis que querem seu sangue.

 O princípio do bem-viver (ética) e os valores morais religiosos já não valem mais nada nesse horizonte, representam antes um atraso onde o maquiavelismo passa a ser a bola da vez. E de fato, o público passa a admirar o mais maquiavélico, o anti-herói, que é representado por Shane, amigo do xerife, também um ex-policial que num dos episódios “mata um vivo” para servir de isca para os zumbis e enquanto ele pode escapar ileso.

A verdade é que a mudança das condições no ambiente favorecem aspectos da personalidade antes considerados problemáticos, como a agressividade e a frieza para matar. Os anormais se tornam normais. Trazendo para nossa realidade podemos exemplificar o caso das pessoas com Síndrome de Down, sabe-se que elas possuem um cromossomo a mais, num determinado par que faz com que sejam sexualmente estéreis, mas em determinadas condições ambientais onde a emissão de radiação é maior a situação muda de figura, pois nesses casos são eles que podem reproduzir e, nós os normais, só assistiremos a perpetuação da espécie. A biologia postula que essa criação é como um plano B da espécie humana. Contudo, no caso de Shane, o aspecto é muito mais cultural do que biológico, desde o primeiro episódio ele apresenta traços históricos significativos de potencialidade para matar.

A questão da solidão também é algo para se pensar no mundo “pós-fim do mundo”. Afinal, os casais ficam bastante propícios para se apaixonarem e para fazer sexo, é claro. É o que acontece com um casal que relembra a piada de Adão e Eva no paraíso. “Existem poucas pessoas no mundo e nunca se sabe quando morreremos, então é melhor gastarmos essa caixa de camisinhas logo” - a moça bonita diz para o entregador de pizzas coreano.

Por que a série nos atrai tanto? Acredito que pelo fato dela expor de maneira extrema e caricatural a sociedade contemporânea na luta pela sobrevivência do mais esperto, utilizando seja quaisquer armas disponíveis. A ausência das leis e a descrença na religião exacerbam o desejo pela ausência de punição e controle em nossa sociedade disciplinar onde não existe mais umsuper-ego castigador e a consciência está livre (para matar?). Em contrapartida, essa sociedade de The Walking Dead pode ser lida como o inverso também, como aquela que nos atrai por mostrar quão mais animada pode ser a vida longe da apatia cotidiana que nos cerca. Seríamos então nós os zumbis dos tempos safados? Parasitas se alimentando do sangue dos outros e perambulando pelas avenidas movimentadas como seres desprezíveis. Será que nos reconhecemos nos zumbis ou nos vivos?

Mesmo os personagens se questionando se vale a pena estarem vivos num lugar desses e alguns escolhendo o suicídio, existe um determinado princípio básico continua valendo para os dois mundos: a autopreservação da vida. Bergson conta que o organismo vivente faz de tudo para se manter vivo, que ele reluta mesmo diante da escolha “cultural” (ou psicológica) de se aniquilar. Diz-se que alguém que tenta suicídio por enforcamento só morre se não houver possibilidade alguma do organismo se salvar mesmo que o cérebro não queira. Se por acaso os pés tocarem no chão um pouco que seja, o suicida pode desmaiar e recuperar a consciência logo depois. A vida nua (zoé), ou seja, a vida despossuída de cultura faz de tudo para manter sua sobrevivência. Mas a vida cultural às vezes joga contra o instinto. É o caso do suicídio que Durkheim classificou bem toscamente de egoísta, altruísta e anômico. Todos culturais. Não se sabe de animais que se suicidam.

Em algumas culturas a desonra pode levar o indivíduo à escolha do suicídio (como o haraquiri e a falência financeira), a luta pela nacionalidade ou por uma causa (os kamikazes, os homens-bombas, os regicidas confessos, os auto imolados e o recente caso do cidadão grego), a morte de alguém ou desilusão por algo que com o qual escolheu levar vida em função (o caso do marxista André Gorz que cometeu suicídio após a morte da esposa), mas uma situação em especial chama muito a atenção: o suicídio coletivo. Tenho dois exemplos ilustrativos. O caso dos índioskaiowas (no centro-oeste do Brasil), que suicidaram em protesto às invasões dos brancos em suas terras e a impotência diante da situação, tal acontecimento mereceu referência numa musica da banda Sepultura (irônico e trágico). Agora, sem dúvida, o mais espantoso, que chamou atenção de todo o mundo, foi o obscuro suicídio coletivo na Guiana inglesa em 1978, onde a participação de um líder religioso, Jim Jones (imagem a esquerda), foi preponderante. As centenas de corpos espalhados no chão lembram o cenário de The Walking Dead. E o que seria de nossas crenças religiosas e científicas se eles resolvem levantar? Fiquem com o vídeo do suicídio coletivo da Guiana que por ser “real” incomoda muito mais que o terror fictício.


Fonte: http://tempossafados.blogspot.com.br/2012/04/walking-dead-uma-perspectiva-da-vida.html